quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Futebol feminino joga contra o preconceito

Meninas do futebol brasiliense lutam contra a falta de recursos financeiros e discriminação por parte da sociedade. Além da barreira financeira, as meninas sofrem preconceito de pessoas que afirmam que o esporte não é feito para o gênero feminino. O preconceito é demonstrado não apenas por parte da sociedade, mas também, pelas famílias das jogadoras que julgam faltar força e habilidade. A lateral esquerda da Associação Atlética Esportiva e Recreativa dos Cooperados do Distrito Federal (Ascoop) Jéssica Soares, 19, diz não ter sofrido preconceito direto, mas se revolta ao lembrar da reportagem onde o entrevistado afirma que não existem homossexuais no futebol masculino, mas que no feminino todas seriam.

Clubes femininos recebem apoio de comunidades e empresários para a realização dos campeonatos, mas não é suficiente para suprir as necessidades das jogadoras. Este ano, não houve a cobrança de taxa de inscrição e taxa de arbitragem, como acontecia nos anos anteriores, que eram cobrados R$ 150,00 por jogo pela presença da arbitragem. As equipes tiveram que se afiliar a Associação Brasiliense de Futebol Feminino (ABFF), que isentou a taxa de anuidade, cobrando apenas R$15,00 para a confecção de cada carteira.

A lateral esquerda da (Ascoop), Jessica Soares, falou que a paixão pelo esporte começou cedo, com pequenas disputas nas ruas e escolinhas. “Morei seis meses em Santa Catarina ganhando R$ 250 mensais. Comparado com o futebol masculino, o salário é ‘mixaria’, mas eu era das jogadoras que melhor recebia”. Convocada para jogar na seleção Brasileira Sub 17, Jéssica teve que abandonar as disputas logo cedo. Problemas musculares na perna obrigou a jogadora a voltar a Brasília e desistir do futebol de campo, retornando às quadras de futsal.

O presidente interino da Associação Brasiliense de Futebol Feminino (ABFF), Cláudio Solidade, afirma que a situação mudou bastante desde 1994 (quando se deu início aos jogos femininos no DF), “No inicio os clubes não contavam com nenhum tipo de patrocínio ou mesmo com apoio familiar”, afirma Solidade. Segundo ele, com a divulgação de campanhas e programas que incentivaram a prática de esportes, como por exemplo a bolsa atleta, cedida pelo Governo Federal, os jogos femininos começaram a contar com mais recursos.
ABFF é a única entidade que promove o campeonato feminino ininterruptamente. Composto por atletas com idades entre 14 e 16 anos, treze times disputam, todos os anos campeonatos dedicados a categoria. Este ano acontece a disputa do Troféu Jangadeiro, competição que faz parte do calendário esportivo da cidade, que reúne as melhores equipes de futsal feminino de Brasília e Entorno, tendo inicio dia 31 de julho. Troféu e medalhas para os três primeiros colocados.

Matéria postada por kezya Rakkel, Mikahely Almeida, Luciana Brauna, Rômulo Loiola e Simone Oliveira.
Fonte da foto: http://100porcentoceilandia.blogspot.com

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